Eu que pensei construir muralhas a cada ano, hora, sangue escorrendo, suor no seu peito. Mas nada forma memória e pouco de mim é proveito. Fico esquecido em pastas dos conselheiros no trabalho. Uma piada antiga e constrangida. Não tenha medo em perguntar, realmente não estou aqui. Você beija uma sombra à noite – os traços feitos com a mão esquerda, reumática. E sonho com frascos de soro, alimentação intravenosa. Com algodão limpo para banhar na febre. Susto na madrugada e nossa despedida antes do tempo. Acordo lembrando o final da vez. Para dormir de novo buscando novas mortes.